A Casa de Luz Yorimá — Terreiro da Cabocla Jupiara — é mais um símbolo de resistência contra a intolerância religiosa, chegando a ser demolida pela fiscalização do Governo do Distrito Federal (GDF), seis dias após a sanção da Lei Complementar nº 806, que dispõe sobre a regularização fundiária e urbanística das instituições religiosas e de assistência social. Todas as demais edificações da região continuaram de pé na época.

O terreiro foi fundado em 2003, por Mãe Vera, que dirigiu a Casa até 2022. A sucessão foi assumida após sua mudança de domicílio. Nos termos das diretrizes estatutárias e por desígnio dos Mentores Espirituais e Orixás, foi indicada a atual Sacerdotisa, Leila Duarte Lima, conhecida como Mãe Leila — Mestra Auaracyara.

O templo desenvolve atividades religiosas, de assistência social, cursos, seminários, entre outros eventos, e é reconhecido também como Ponto de Cultura do DF, com destaque para as rodas de Jongo, em parceria com o Grupo Jongo do Cerrado.

Para além da religiosidade, Mãe Leila também é uma força política em prol das populações de terreiro e da defesa dos Direitos Humanos, em especial, da laicidade do Estado e Defesa da Diversidade Religiosa. Entre 2019 e 2022, foi integrante do Comitê Distrital da Diversidade Religiosa.

Orixás, Criança, Caboclos, Pais Velhos e Exu são as entidades regentes do templo, localizado na SGAN 905, Asa Norte. O terreiro é regularmente frequentado por mais de 50 adeptos e entusiastas da Umbanda. Uma das principais necessidades da Casa de Luz Yorimá consiste na melhoria da infraestrutura.

Ao longo do ano, a Casa promove a Festa de Pais Velhos, Festa de Criança e Festa de Caboclo e de Pomba-gira. “Ninguém é discriminado por questões religiosas, raça, sexo, nacionalidade, cor, opção sexual, idade, condição social, opinião política ou de qualquer outra natureza. Este é o código de ética que rege os membros da nossa Comunidade”, avisa o Terreiro em seu site, onde interessados podem saber de mais detalhes do trabalho desenvolvido.